segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

JESUS NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO? (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)

"E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade"

(João 1.14)


Em praticamente todo o mundo dito cristão é celebrado no dia de hoje, 24 de dezembro, a véspera do Natal, ou seja, do nascimento de Jesus Cristo.

No entanto, não é possível sabermos com exatidão o dia em que Jesus nasceu, pois isso nunca foi registrado nas Escrituras Sagradas. Não obstante, a Bíblia nos dá fortes indícios em relação à provável época do nascimento de Cristo.

Sabemos que o dia 25 de dezembro jamais poderia ser a data exata nem ao menos a data aproximada em que Jesus nasceu e isso por várias razões, a qual podemos enumerar:


1º) Na noite em que Jesus nasceu havia pastores apascentando suas ovelhas no campo (Lc 2.8), o que seria impossível se Jesus tivesse nascido em 25 de dezembro (mês de TEVÊT no calendário judaico), pois nessa época seria inverno na Judéia e as noites eram extremamente frias;


2º) A data de 25 de dezembro, no antigo calendário romano pagão, era o dia em que era celebrada a festividade pagã denominada Saturnália, referente ao nascimento ou vinda da divindade romana "Sol Invictus" (natalis solis invictus). A igreja de Roma, no quarto século da era cristã, convencionou essa data para ser a do nascimento de Cristo a fim de agradar e atrair os pagãos para o Cristianismo;


3º) Jesus foi concebido no ventre de Maria seis meses depois da concepção de João Batista (Lc 1.36). A mãe de João Batista só ficou grávida após seu marido Zacarias cumprir o seu turno sacerdotal (Lc 1.23-24);


- Segundo o Antigo Testamento, havia 12 turnos sacerdotais durante o ano(1 Cr 24.7-18). A cada mês judaico revezavam dois turnos. O oitavo turno era o de Abias (1 Cr 24.10);


- O sacerdote Zacarias, pai de João Batista, ministrava no templo pelo turno de Abias (mês de TAMUZ no calendário judaico), que corresponde ao fim de junho e início de outubro do nosso calendário.


- Se João Batista foi concebido no mês de TAMUZ, então, seis meses depois, Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, ou seja, Jesus foi concebido no mês de TEVÊT (que no nosso calendário corresponde ao fim do mês de dezembro e início de janeiro).


- ATENÇÃO: Jesus não nasceu entre o fim de dezembro e início de janeiro, e sim foi GERADO no ventre de Maria por essa época.


Destarte, chegamos a seguinte conclusão: se o período de gestação foi normal, ou seja, de nove meses, então Maria somente poderia ter dado à luz a Jesus no mês judaico de TISRI (que corresponde ao fim do mês de setembro e início de outubro do nosso calendário)!


4º) No mês de TISRI é comemorada a Festa dos Tabernáculos pelos judeus (no início do nosso mês outubro). Na Bíblia, a Festa dos Tabernáculos é uma das três principais festas instituídas por Deus através de Moisés (Lv 23) e relembra a época em que Deus protegia a Israel pelo deserto e o povo morava em tendas ou barracas após a saída do Egito.


Em outro aspecto, é importante salientar que a Festa dos Tabernáculos também celebrava a habitação de Deus no meio do povo quando descia ao tabernáculo construído por Moisés no deserto (Ex 40.34-38).


Jesus mui provavelmente nasceu no mês de TISRI na época da Festa dos Tabernáculos. Por causa do alistamento obrigatório do decreto de César Augusto, José e Maria deveriam estar em sua cidade natal, isto é, Belém de Judá (Lc 2.1-7). Por isso não estavam em Jerusalém durante a festa.


Amados irmãos, creio que não existem coincidências nas coisas de Deus. Jesus ao nascer durante a Festa dos Tabernáculos cumpre de forma magistral seu título EMANUEL, isto é, Deus conosco (Is 7.14; Mt 1.23).


E igualmente impressionante é quando examinamos o que diz João 1.14: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós".


No texto original, em grego, o verbo "habitou" é skenoo, que significa literalmente TABERNACULOU.


Destarte, a melhor tradução para João 1.14 é: "E o Verbo se fez carne e tabernaculou entre nós".


Glórias a Deus nas alturas! Que neste Natal, amado leitor, (e em todos os dias do ano) você possa ter a companhia do Senhor Jesus na tua vida e no teu lar!


A promessa Ele já nos fez: "E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28.20).


Presbítero Sidcley Rodrigues do Amaral







sexta-feira, 28 de setembro de 2012

SIMBOLOGIA DO FERMENTO NA BÍBLIA (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)




 

"Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra” (Ex 12.19)




O Senhor ordenou que durante a semana da Páscoa os israelitas deveriam tirar o fermento de suas casas. Por sete dias não deveria haver fermento na casa dos filhos de Israel (Ex 12.15, 19). Isso significa que todos os alimentos da Páscoa deveriam ser preparados sem o processo de fermentação. Mas por qual razão havia essa prescrição na refeição da Páscoa do Senhor?

A resposta está no fato de que a palavra fermento sempre é usada na Bíblia com um sentido negativo, pernicioso. Na verdade, o Senhor queria ensinar aos israelitas (e também a nós) que a fermentação e as coisas fermentadas simbolizam a contaminação e corrupção do pecado, por meio de coisas que estragam a nossa vida espiritual e nos influencia a práticas opostas à santidade cristã.

Lembremos que nas epístolas paulinas, o grande Apóstolo dos gentios nos adverte que “um pouco de fermento leveda toda a massa” (I Co 5.6; Gl 5.9). Nessas passagens o termo fermento é utilizado sempre com um sentido negativo.

No Evangelho segundo Mateus, Jesus certa vez disse: “Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus” (Mt 16.6). Mais adiante, no Evangelho de Lucas, Jesus explica que o fermento dos fariseus é a hipocrisia (Lc 12.1b).

De fato, a hipocrisia é um fermento que desfigura a vida espiritual, pois através da dissimulação, do fingimento, não há espaço para a sinceridade e para o desenvolvimento do amor ágape. A própria palavra hipócrita, no Novo Testamento (Mt 6.2,5) vem do grego hupokrites, que significa originalmente ator, ou seja, aquele que finge ser alguém que não é. Ao observar os fariseus, Jesus condenava o fingimento religioso, a busca do reconhecimento e louvor dos homens através de uma devoção e dedicação puramente externa e aparente. Eis o fermento dos fariseus e saduceus do qual devemos nos separar.

O plano de Deus para o seu povo compreende a união sincera através do amor não fingido (Rm 12.9). O Senhor espera que cada um de nós nos dediquemos à Sua obra com um coração voluntário e amoroso. Que tenhamos em mente que nosso objetivo é glorificar o nome do Senhor e contribuir para a expansão do evangelho na Terra.

Ainda em relação ao uso bíblico do termo fermento, é importante ressaltar que Jesus também fez menção ao fermento de Herodes: “Guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes” (Mc 8.15). O fermento de Herodes representa todos os vícios que dominavam aquele governante ímpio: astúcia (Jesus o chamou de raposa – Lc 13.32), adultério (tomou a mulher do irmão – Mt 14.3-4), maldade (mandou matar João Batista – Mt 14.10). Herodes não tinha temor a Deus, era supersticioso (Mt 14.2). Enfim, o fermento de Herodes abrange coisas nocivas à vida cristã que se apresentam através de comportamentos ímpios, maus costumes, maus hábitos e domínio das obras da carne (Gl 5.19-21).

Sempre é bom relembrar o que Paulo nos exorta: “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento” (I Co 5.7a).

Hoje nós somos uma nova massa no Senhor e por isso devemos fazer festa “não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade” (I Co 5.8).



domingo, 20 de maio de 2012

"ATÉ QUE EU VENHA" (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)


Mas o que tendes, retende-o até que eu venha (Apocalipse 2.25)

Amados, sempre é importante dizer que a volta de Jesus é um dos assuntos mais mencionados na Bíblia e é a real esperança da Igreja (1 Co 15.19; Cl 1.5; Tt 2.13; 1 Pe 1.3-4; 1 Jo 3.3) . Centenas de versículos bíblicos se ocupam com a mensagem de que Jesus voltará!

A segunda vinda de Jesus é mencionada 1.845 vezes em toda a Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no Novo Testamento. Mas como devemos esperar a vinda do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores?

Durante a vida cristã, os servos féis de Jesus trabalham na sua Seara e passam a ajuntar tesouros no Céu (Mt 6.20), que são os galardões.  O Senhor Jesus nos conclama a retermos o que temos. Devemos guardar a nossa fé (2 Tm 4.7) e conservarmos o que nós já temos ajuntado para a Glória.

Em sua segunda epístola, João, o Apóstolo do amor escreveu: “Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado; antes, recebamos o inteiro galardão” (2 Jo 8).

No versículo em epígrafe, Jesus nos exorta a reter o que já temos recebido até que Ele venha.
“Até que eu venha”. Biblicamente, há várias coisas importantes que devemos fazer até que Ele venha:

o    Devemos celebrar a Santa Ceia e anunciar a morte do Senhor até que Ele venha (1 Co 11.26);
o    Devemos ser pacientes até que Ele venha (Tg 5.7);
o    Devemos “negociar”, ou seja, usar sabiamente o que Deus nos dá, até que Ele venha (Lc 19.13);
o    Devemos nada julgar antes do tempo, até que Ele venha (1 Co 4.5);
o    Devemos reter o que temos, até que Ele venha (Ap 2.25).
o    Devemos guardar o mandamento de Deus sem mácula e repreensão, até que Ele venha (1 Tm 6.14).


Disse Jesus: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

A recomendação do Senhor Jesus é para sermos vigilantes e conservarmos o que já temos alcançado, pois Ele vem sem demora, o que para a Igreja é motivo de regozijo e esperança, pois os servos de Deus anseiam pela volta do Senhor (2 Tm 4.8).

Enfim, amados, enquanto aquele Dia não chega somos todos os dias assediados pelas ofertas do pecado e estamos em constante batalha espiritual contra as forças espirituais da maldade (Ef 6.11-12). O Diabo, o inimigo de nossas almas, procura ferozmente atacar a nossa vida espiritual, com o intento de ver a nossa queda e fazer-nos perder a nossa coroa. No entanto, se formos servos fiéis haveremos de receber de Deus graça e força para retermos a nossa coroa, e guardando a fé e a sã doutrina, poderemos como Paulo também dizer: “Eu sei em quem tenho crido e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Tm 1.12). Glórias sejam dadas para sempre ao nome do Senhor, nosso Deus!


sábado, 31 de março de 2012

O LIVRO DO APOCALIPSE: UMA ANÁLISE A PARTIR DO SEU PRIMEIRO VERSÍCULO (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)







Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo.
(Apocalipse 1.1)







O livro do Apocalipse adequadamente se inicia com a palavra revelação. Esse termo vem da palavra grega apokalupsis, que literalmente significa “tirar o véu”.
Em toda a narrativa sagrada o nosso Deus apresenta-se como um Deus de revelação (Dt 29.29; Rm 1.18-20).
A revelação de Deus é magistralmente descrita nos quatro primeiros versículos da Epístola aos Hebreus, onde se diz que na Antiguidade Deus falou, ou seja, se revelou, muitas vezes e de muitas maneiras através dos profetas, mas que hoje, “nestes últimos dias”, nos fala pelo seu Filho Jesus, o qual é a revelação exata da imagem da pessoa de Deus (Hb 1.1-4).
Pois bem, é o próprio Jesus que destila a revelação dos últimos dias do mundo em que vivemos. Daí a justificativa das primeiras palavras do versículo em foco: “Revelação de Jesus Cristo”.

No livro de Apocalipse, o Senhor Jesus revela o apogeu da escatologia bíblica, a qual, na maioria das vezes, é moderadamente explanada em alguns livros do Antigo Testamento, como Isaías, Ezequiel, Daniel e Zacarias e em algumas passagens do Novo Testamento, tais como o Sermão Profético de Jesus no Monte das Oliveiras (Mt 24-26; Mc 13.1-13; Lc 21.5-36) e várias alusões feitas pelos Apóstolos Paulo e Pedro em suas epístolas (Ex. 1 Ts 4.13-18; 2 Pe 3.1-13).

Numa análise eclesiológica, o livro de Apocalipse trata da esperança da Igreja, isto é, a Segunda Vinda de Jesus. Outrossim, há também o vaticínio de outros grandes eventos escatológicos, tais como a Grande Tribulação, as Bodas do Cordeiro, o Milênio, o Juízo Final etc. Também, além de tratar da vitória de Cristo e da sua Igreja, o livro de Apocalipse versa sobre o destino final da nação de Israel e do mundo gentílico.

Para muitas pessoas, o livro de Apocalipse é uma obra envolta de mistérios, encerrada pelo enigmático. Para outros, Apocalipse é um livro assombroso, repleto de castigos e cólera divina. No entanto, para o crente salvo em Jesus, Apocalipse é o livro da Vitória de Jesus Cristo e de seus redimidos.
Não é um livro enigmático ou misterioso, pois não se trata de uma visão indecifrável, mas sim, de uma revelação.
A revelação é de Jesus Cristo, ou seja, quem desvela a mensagem profética é o próprio Jesus redivivo. Ele, que é o mesmo Cordeiro e Leão de Judá que no capítulo 5 de Apocalipse é digno de abrir o livro selado e de desatar os seus sete selos (Ap 5.1-9).
Devemos atentar que a Bíblia assevera que o livro de Apocalipse é uma revelação aos seus servos. Assim, é uma mensagem dirigida para os servos de Deus que formam sua Igreja. Por isso, o mundo não a entende. Para entender as coisas espirituais é necessário ter o Espírito de Deus em sua vida (1 Co 1.14-16).
Quando o assunto é uma mensagem escatológica a Bíblia ainda diz que “nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão” (Dn 12.10).
Segundo o livro de Apocalipse, a mensagem revelada são as coisas que brevemente devem acontecer. É necessário que entendamos que a passagem de tempo para o Senhor não corre da mesma maneira de como corre para os homens. Mil anos para o Senhor é como se fossem um só dia. Com isso a Bíblia demonstra que Deus é eterno, sendo que o passado, o presente e o futuro estão diante dEle sem que nada escape da sua presciência e governo. O Senhor é o dono da História do mundo e seus planos serão, no devido tempo, cabalmente cumpridos.
Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia (2 Pe 3.8). Não obstante, no Apocalipse temos uma mensagem profética, cujo cumprimento é inexorável. Os propósitos e desígnios de Deus jamais são frustrados ou adiados, pois Ele é o Senhor do tempo e do espaço, todas as coisas estão sob o controle da sua vontade.
Talvez para nós, seres humanos, Deus pareça tardar, no entanto, o Senhor jamais se atrasa nem chega fora de tempo. A Bíblia diz acerca da vinda de Jesus: “Ainda um pouquinho de tempo aquele que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10.37).
O versículo em comento ainda diz que Jesus pelo seu anjo as enviou. A palavra “anjo” vem do grego angelos, e significa “mensageiro”. Na Bíblia, comumente Deus enviar anjos a fim de comunicar grandes revelações (Gn 18.1-15; Jz 13.1-21; Dn 10.1-21; Mt 1.20-21; Lc 1.11-17; 1.26-37; 2.8-15). Segundo as Escrituras, os anjos são espíritos ministradores, enviados por Deus para servir os Seus servos (Hb 1.14).

A revelação divina é entregue a João, seu servo. O Novo Testamento cita quatro pessoas chamadas João:
1) João Batista, filho do sacerdote Zacarias, e que foi o Precursor do Messias (Mt 3.1-12;Lc 1.57-66; 3.1-20);
2) João Marcos, sobrinho de Barnabé, e escritor do segundo Evangelho (At 12.12, 25; 13.5,13; 15.37).
3) João, um parente do sumo sacerdote Anás (At 4.6).
4) João, o Apóstolo, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, escritor do quarto evangelho (Mt 4.21; Jo 21.24). É este o escritor do livro de Apocalipse. Uma vez que seu pai, Zebedeu, era casado com Salomé, sendo esta, provavelmente, irmã da mãe de Jesus (Mt 27.56 com Mc 15.40; Jo 19.25), João seria primo de Jesus. Este João e seu irmão Tiago foram chamados por Jesus de Boanerges, que significa “Filhos do trovão” (Mc 3.17). O evangelista João é comumente chamado pelos comentaristas da Bíblia de “o Apóstolo do amor”.
Apesar da esmagadora maioria de estudiosos da Bíblia dar os créditos da escrita ao quarto evangelista, alguns teólogos acreditam que o escritor do livro de Apocalipse pode não ser o mesmo João, pois apontam diferenças no estilo e na linguagem empregados em relação ao Evangelho que lhe é atribuído. Todavia, ficamos com a posição conservadora que considera que o mesmo João escreveu ambos os livros. Os pais da Igreja Justino Mártir (cerca de 140 d.C.), e Irineu (cerca de 180 d.C.), sucessores dos apóstolos, atribuem a autoria de Apocalipse ao evangelista João, o qual escrevera o livro, provavelmente no ano 96 d.C., durante o reinado do Imperador romano Domiciano.
Enfim, amados, o livro do Apocalipse é uma obra literária divina que deve ser lida e estudada por todos os que amam a Palavra de Deus. É um livro que nos garante uma bem-aventurança em sua leitura, audição e prática.

Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo (Ap 1.3).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A MENTE DE CRISTO (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)







Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

(1 Coríntios 2.16)









Amados, desta feita vamos comentar e refletir um pouco sobre o que o apóstolo Paulo queria dizer com a expressão “temos a mente de Cristo”.

Para termos a mente de Cristo em nós, o primeiro passo é estarmos ligados ao corpo de Cristo, isto é, a Igreja.

Toda base de relacionamento com Deus somente poderá ser alicerçado quando saímos para fora ("ekklesia", igreja em grego) do mundo e ingressamos no corpo de Cristo. Isso implica em ter comunhão com os membros do corpo e com Aquele que é a cabeça do corpo. Assim sendo, ter a mente de Cristo é estar em Cristo e em comunhão uns com os outros (1Jo 1.7).

Outrossim, ter a mente de Cristo é estar sob o senhorio de Cristo, a cabeça do corpo. Como alguém poderá dizer que tem a mente de Cristo se não pratica o que está na mente de Cristo e não obedece à voz de Cristo? Se alguém ama a Cristo obedece aos seus mandamentos (Jo 14.21; 15.23).

Ter a mente de Cristo é estar na dependência e no domínio do Espírito Santo, que é quem dá vida ao corpo. Ser guiado pelo Espírito de Deus é uma característica fundamental de todo aquele que é filho de Deus (Rm 8.14).

Ter a mente de Cristo é amar quem Cristo ama, isto é, a todas as pessoas, sejam agradáveis ou agressivas. É falar como Cristo (com amor), sentir como Cristo (com amor), sofrer como Cristo (por amor), viver como Cristo (pelo amor). O amor é o sinal distintivo do discípulo de Cristo (Jo 13.35; Fp 2.5).

Ter a mente de Cristo é ansiar o que Cristo anseia, e o que Ele anseia é que a Igreja esteja com Ele para sempre (Jo 17.24). Todos os que têm a mente Cristo anseiam pela sua segunda vinda e clamam: “Maranata, ora, vem Senhor Jesus!” (2Tm 4.8; 1Co 16.22; Ap 22.20).

Enfim, ter a mente de Cristo é pensar nas coisas de cima e não nas coisas da Terra (Cl 3.1-2); é suportar e perdoar aqueles que nos ofendem (1 Pe 2.23); é não tolerar o pecado e o erro, mas nunca deixar de amar quem erra (Jo 6.37). Precisamos do auxílio do Senhor Jesus forjando nossas mentes e corações para que possamos viver desta forma. Afinal, foi Ele mesmo quem disse: "Sem mim, nada podereis fazer" (Jo 15.5b).

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)






"Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros"
(1Sm 15.22)










O Senhor tem nos chamado para a obediência da fé (Rm 1.5). Isso significa que uma das marcas de uma pessoa fiel a Deus é uma vida de obediência. Na verdade, a obediência é o atestado da fé, pois a Bíblia diz que “pela fé, Abraão...obedeceu” (Hb 11.8a).

O esforço e a dedicação não compensam a falta de obediência aos preceitos divinos. Não adianta ser esforçado e diligente na Obra de Deus e mesmo assim ser infiel e desobediente aos ditames das Escrituras Sagradas, pois quando se está na prática do pecado “todos os nossos atos de justiça são como trapo de imundícia” (Is 64.6).

Outrossim, alguém pode estar fazendo a Obra não para a glória do Senhor, mas sim para sua própria glória, ou seja, para se auto-apresentar e receber aplausos e benefícios dos homens. Ora, isso também é desobediência, pois tudo que fizermos deve ser feito para que o nome do Senhor cresça e seja glorificado e não o nosso próprio nome ou ministério (Jo 3.30; 1Co 10.31).

Resultados positivos do nosso ministério também não compensam a falta de obediência à Palavra de Deus. Devemos lembrar a advertência do Senhor Jesus, que disse: “Muitos me dirão naquele Dia: ‘Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” (Mt 7.22-23).

Observemos que, conforme o texto supracitado, os mesmos obreiros que em nome do Senhor faziam maravilhas também viviam na prática da iniqüidade, ou seja, viviam em desobediência.
De fato, é possível que muitas maravilhas sejam operadas pela misericórdia de Deus em resposta à fé dos ouvintes e em cumprimento da Palavra e dos propósitos de Deus ainda que o portador da mensagem não seja um obreiro fiel. Um exemplo disso é o profeta-mercenário Balaão que foi tomado pelo Espírito Santo para abençoar a Israel e, na ocasião, profetizou acerca do Messias como sendo a Estrela de Jacó (Nm 23.5-24; 24.2-17). E o que dizer de Saul, que perseguindo a Davi também profetizou? (1Sm 19.23-24). Todos sabemos o triste fim desses homens que morreram na prática da desobediência.

Aliás, o rei Saul é o maior exemplo de que fazer qualquer coisa para Deus sem obedecê-lo não tem valor algum nem aprovação divina. A Bíblia narra que após deixar de cumprir a ordem do Senhor, Saul tentou compensar o erro da desobediência ofertando sacrifícios para Deus, no entanto, esta foi a mensagem do Senhor: “Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a Palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (1Sm 15.22-23).

Muitos estão buscando ser abençoados e querem alcançar o favor divino através de ofertas, campanhas e desafios financeiros. Porém se esquecem ou não sabem que a garantia para sermos plenamente abençoados está em se obedecer aos mandamentos de Deus.

O capítulo 28 do livro de Deuteronômio é taxativo e categórico ao condicionar as bênçãos divinas à obediência aos mandamentos do Senhor (Dt 28.1-14). Não obstante, logo em seguida a Bíblia descreve os castigos e maldições decorrentes da desobediência aos preceitos de Deus (Dt 28.15-28).

O apóstolo Paulo nos admoesta em seus escritos: “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência (Ef 5.6); e “pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Cl 3.6).

Amados, obedecer é melhor do que sacrificar. Que sejamos fiéis ao Senhor em tudo, obedecendo a sua Palavra e assim tornando nossas ações agradáveis a Deus.