segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A MÍDIA COMO INSTRUMENTO A SERVIÇO DA OBRA DE DEUS (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)







"Fiz-me tudo para com todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns" (1 Co 9.22).




Mídia é o termo que designa, de forma genérica, todos os meios de comunicação social, ou seja, os veículos que são utilizados para a divulgação de conteúdos de informação, publicidade ou propaganda de massas. Etimologicamente MÍDIA é derivada do latim medium (meio) e media (meios).
Assim, entende-se por mídia o conjunto dos meios de comunicação, e que inclui, indistintamente, diferentes veículos, recursos e técnicas, como, por exemplo, jornal, rádio, televisão, outdoor, folders, propaganda, mala-direta, folhetos, balão inflável, anúncio em site da internet etc. 
Os meios de comunicação são instrumentos. Televisão, cinema, rádio ou internet podem ser utilizados para o bem ou para o mal das pessoas. 
Deus sempre se utilizou de meios para comunicar a sua mensagem:
- Deus fala através da natureza:
Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Sl 19.1)
- Deus fala através de sua Palavra escrita:
Vai, pois, escreve isso numa tabuinha perante eles, escreve-o num livro, para que fique registrado para os dias vindouros, para sempre, perpetuamente (Is 30.8)
Assim fala o SENHOR, Deus de Israel: Escreve num livro todas as palavras que eu disse (Jr 30.2)
Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam (Jo 5.39)
- Deus falou através de profetas e hoje fala através de seu Filho:
Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam (Hb 1.1)
- Para refrear a insensatez de um profeta mercenário Deus falou até através de uma jumenta:
Então o SENHOR abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? (Nm 22.22)
- Na Bíblia temos, inclusive, um precursor dos outdoors modernos:
Então o SENHOR me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo (Hc 2.2).
O cristão não deve se privar das inovações tecnológicas do mundo hodierno, mas também não deve se embaraçar com elas ao ponto de se esquecer dos princípios das Escrituras Sagradas.
Então, de que forma o cristão pode utilizar a Mídia de forma positiva? Elencamos as seguintes formas:
1. Utilizando como meio de interação social
As redes sociais e os correios eletrônicos são muito importantes para a integração e comunicação das pessoas. Através delas podemos criar ou sustentar boas amizades, como também manter contato com as pessoas que estão longe e fazem parte de sua família ou círculo social.
Qualquer coisa boa que pode ser comunicada entre seres humanos vai longe com grande facilidade pela Internet. Ela serve como ferramenta poderosa para manter contato entre parentes e amigos separados por grandes distâncias.
2. Utilizando como ferramenta de pesquisa e aperfeiçoamento educacional
Os meios de comunicação oferecem uma gama considerável de conhecimento e informações. É deveras importante que o cristão procure sempre estar informado das notícias e fatos que ocorrem em sua cidade, estado, país e pelo mundo afora, pois somente assim poderá contextualizar a sua vida com a realidade dos dias atuais.
Para isso, deve-se amar a leitura de jornais, livros e revistas como também acompanhar as notícias veiculadas pela televisão ou pelos sites de jornalismo e informação da Internet. 
O cristão que procura aprender e aperfeiçoar sua bagagem cultural têm ao seu dispor diversas ferramentas para o trabalho de pesquisa e aprendizado.
3. Utilizando como instrumento de crescimento espiritual
Existem atualmente na Televisão e no Rádio vários programas evangélicos, como também temos na Rede Digital milhares de Sites com conteúdo cristão. Também, na mídia escrita, há várias publicações periódicas que proporcionam orientação e saber espiritual para os servos do Senhor.
INTERNET: Blogs evangélicos; Sites de estudos bíblicos;  Bíblia on line;  Concordância bíblica on line;  Informações sobre igrejas e grupos religiosos;
RÁDIO:  Rádios evangélicas;
MÍDIA ESCRITA: Livros devocionais; Comentários Bíblicos; Revistas evangélicas de tiragem periódica; Jornal evangélico
TELEVISÃO: Programas de testemunhos de fé, transmissão de cultos, programas de debates, estudos escatológicos
4. Utilizando como espaço para a glória de Deus
Podemos utilizar os meios de comunicação como instrumentos para glorificar ao Senhor criando e ocupando seu espaço com assuntos, temas, mensagens e canções que exaltam a Deus.
O cristão pode utilizar os instrumentos da mídia digital para levar uma mensagem de conforto para alguém atribulado e para criar artigos, fóruns, blogs, comunidades e páginas que honrem o nome do Senhor.
A Bíblia diz:
Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31) .
Fiz-me tudo para com todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns (1 Co 9.22).
Enfim, devemos utilizar todos os meios disponíveis para exaltar o nome de Deus e proclamar sua mensagem à todas as pessoas. 


quinta-feira, 6 de junho de 2013

“Biblicofobia” está ganhando força no Brasil (Escrito por Ciro Sanches Zibordi)

Sabendo que a mensagem da Bíblia se opõe aos seus propósitos, movimentos contrários ao modelo familiar instituído por Deus e aos valores éticos e morais esposados pela cristandade querem transformar o Brasil em um país “biblicofóbico”. Isso começaria com a proibição da citação em público de alguns versículos das Escrituras e da publicação de textos contendo certas passagens bíblicas. Mas a tendência é que até mesmo a leitura bíblica seja proibida, caso a “biblicofobia” seja vista com bons (bons?) olhos pelos poderes legislativo ou judiciário — este, em alguns casos, tem legislado muito mais que a Câmara dos Deputados.

A “biblicofobia”— não confunda com bibliofobia, uma aversão patológica aos livros — tem sido adotada por alguns países sob a alegação de que o texto sagrado fomenta o ódio contra alguns grupos de pessoas. Recentemente, a Suprema Corte do Canadá decidiu que a pregação e os escritos contrários à homossexualidade baseados na Bíblia Sagrada constituem crime similar ao racismo. Ou seja, no Canadá, os pregadores estão proibidos de verberar contra o ato, a prática, a relação ilícita entre pessoas do mesmo sexo, a qual é pecaminosa e chamada pelas Escrituras de abominação, torpeza, etc. (Lv 18; Rm 1, 1 Co 6).

Quem já leu o PLC 122 — polêmico e anticonstitucional projeto de lei de 2006 que está no Senado há algum tempo — sabe que um dos objetivos de seus idealizadores é impedir a pregação bíblica contrária à prática homossexual. Se esse projeto for aprovado, é uma questão de tempo para a proibição ser estendida à pregação contra outros pecados, como prostituição, adultério, bebedices, aborto, etc. E a alegação será a mesma: constrangimento dos praticantes dos aludidos pecados ou incitação de ódio contra eles.

Ativistas de pretensos direitos humanos do mundo todo veem a pregação bíblica contra o pecado com um ato racista, o que é uma interpretação para lá de equivocada. Nenhum cristão verdadeiro emprega textos bíblicos para discriminar negros — haja vista as Escrituras condenarem com veemência a acepção de pessoas (Tg 2) — ou fomentar o ódio contra qualquer grupo social. A bem da verdade, a própria pregação contrária ao pecado da homossexualidade, ainda que esta não tenha status de raça, não é discriminatória ou preconceituosa, posto que pregar o Evangelho denota, ao mesmo tempo, atacar o pecado e oferecer ajuda ao pecador.

Segue-se que o pregador do Evangelho ataca os pecados cometidos pelos pecadores, a fim de que estes recebam uma vida nova em Cristo (2 Co 5.17). Em outras palavras, a pregação é um ato de amor, e não de ódio. Mas, por que é necessário atacar o pecado para apresentar o amor de Deus? Ora, os médicos, por acaso, receitam remédios aos pacientes antes de lhes apresentarem o diagnóstico? As igrejas evangélicas estão abertas a todo o tipo de pessoa. E elas são convidadas, à luz do Evangelho, a refletirem sobre o seu estilo de vida. Isso não é e nunca será desprezar pessoas ou fomentar o ódio contra elas.

Por outro lado, é evidente que, se um pregador afirmar que o homossexual, por exemplo, é uma abominação, estará, sim, cometendo um crime. E não há necessidade de se criar uma nova lei para isso. Calúnia, difamação e constrangimentos afins já estão previstos no Código Penal. Mas reitero que nenhum pregador que se preza, que conheça as Escrituras, afirmará que o homossexual é uma abominação. O tal pregará que o pecado, seja ele qual for — e a relação entre pessoas do mesmo sexo é, repito, um pecado, à luz da Bíblia —, afasta as pessoas da comunhão plena com Deus (Is 59.1,2).

Tenho certeza de uma coisa: se houver uma lei no Brasil que proíba os pregadores de dizerem, com a Bíblia na mão, que Deus condena este ou aquele pecado, as autoridades terão de construir muitos presídios! Afinal, nestes não tem havido lugar para muitos estupradores, homicidas, ladrões, fraudadores, traficantes, etc. A impunidade impera em nosso país, infelizmente. Quem sabe, agora, com a “boa” intenção de prender os “cruéis” pregadores da Bíblia, haja vontade política para construir mais presídios!

Finalmente, nós, cristãos, sabemos que é o Diabo quem está por trás de todo esse ativismo “biblicofóbico”. Afinal, ele se opõe à propagação do Evangelho, não querendo que as pessoas se arrependam de seus pecados e conheçam a verdade (Jo 10.10). Mas lembremo-nos do que o Senhor Jesus afirmou a respeito da oposição das hostes do mal à expansão do Reino de Deus: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18, ARA).

Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

REFLEXÃO SOBRE O TEMPO, PARTE I (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)


 
 
 
 
"Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio"
(Salmo 90.12)

 
 
 
 
 
 Temos tempo para tudo nesta vida: tempo para trabalhar, tempo para estudar, tempo pra descansar, tempo pra se alimentar, tempo para brincar, tempo para rir, tempo pra chorar, tempo para reclamar, tempo para conversar, tempo para ouvir a conversa dos outros, temos até tempo pra MATAR O TEMPO!

No entanto, muitas pessoas dizem que não tem tempo para Deus. 

Por que não temos tempo pra estarmos a sós com Deus? Por que não temos tempo pra buscar a face de Deus? Por que não temos tempo pra falar com Deus? Por que não temos tempo pra ouvir e ler a Palavra de Deus? Por que não ter tempo pra fazer a Obra de Deus? Por que ter tempo pra tudo nesta vida, mas não encontramos tempo para as coisas de Deus?

A Bíblia nos diz que devemos REMIR O TEMPO (Ef 5.16; Cl 4.5), ou seja, devemos empregar bem o tempo. E a melhor forma de empregar bem o tempo é passar MAIS TEMPO com Deus.

Na verdade, o MELHOR TEMPO é aquele em que estamos na presença, dependência e na vontade de Deus!

Que possamos dedicar mais tempo do nosso dia e da noite para passarmos um BOM TEMPO com Deus, afinal, NÃO TER TEMPO PRA DEUS É VIVER PERDENDO TEMPO!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

JESUS NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO? (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)

"E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade"

(João 1.14)


Em praticamente todo o mundo dito cristão é celebrado no dia de hoje, 24 de dezembro, a véspera do Natal, ou seja, do nascimento de Jesus Cristo.

No entanto, não é possível sabermos com exatidão o dia em que Jesus nasceu, pois isso nunca foi registrado nas Escrituras Sagradas. Não obstante, a Bíblia nos dá fortes indícios em relação à provável época do nascimento de Cristo.

Sabemos que o dia 25 de dezembro jamais poderia ser a data exata nem ao menos a data aproximada em que Jesus nasceu e isso por várias razões, a qual podemos enumerar:


1º) Na noite em que Jesus nasceu havia pastores apascentando suas ovelhas no campo (Lc 2.8), o que seria impossível se Jesus tivesse nascido em 25 de dezembro (mês de TEVÊT no calendário judaico), pois nessa época seria inverno na Judéia e as noites eram extremamente frias;


2º) A data de 25 de dezembro, no antigo calendário romano pagão, era o dia em que era celebrada a festividade pagã denominada Saturnália, referente ao nascimento ou vinda da divindade romana "Sol Invictus" (natalis solis invictus). A igreja de Roma, no quarto século da era cristã, convencionou essa data para ser a do nascimento de Cristo a fim de agradar e atrair os pagãos para o Cristianismo;


3º) Jesus foi concebido no ventre de Maria seis meses depois da concepção de João Batista (Lc 1.36). A mãe de João Batista só ficou grávida após seu marido Zacarias cumprir o seu turno sacerdotal (Lc 1.23-24);


- Segundo o Antigo Testamento, havia 12 turnos sacerdotais durante o ano(1 Cr 24.7-18). A cada mês judaico revezavam dois turnos. O oitavo turno era o de Abias (1 Cr 24.10);


- O sacerdote Zacarias, pai de João Batista, ministrava no templo pelo turno de Abias (mês de TAMUZ no calendário judaico), que corresponde ao fim de junho e início de outubro do nosso calendário.


- Se João Batista foi concebido no mês de TAMUZ, então, seis meses depois, Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, ou seja, Jesus foi concebido no mês de TEVÊT (que no nosso calendário corresponde ao fim do mês de dezembro e início de janeiro).


- ATENÇÃO: Jesus não nasceu entre o fim de dezembro e início de janeiro, e sim foi GERADO no ventre de Maria por essa época.


Destarte, chegamos a seguinte conclusão: se o período de gestação foi normal, ou seja, de nove meses, então Maria somente poderia ter dado à luz a Jesus no mês judaico de TISRI (que corresponde ao fim do mês de setembro e início de outubro do nosso calendário)!


4º) No mês de TISRI é comemorada a Festa dos Tabernáculos pelos judeus (no início do nosso mês outubro). Na Bíblia, a Festa dos Tabernáculos é uma das três principais festas instituídas por Deus através de Moisés (Lv 23) e relembra a época em que Deus protegia a Israel pelo deserto e o povo morava em tendas ou barracas após a saída do Egito.


Em outro aspecto, é importante salientar que a Festa dos Tabernáculos também celebrava a habitação de Deus no meio do povo quando descia ao tabernáculo construído por Moisés no deserto (Ex 40.34-38).


Jesus mui provavelmente nasceu no mês de TISRI na época da Festa dos Tabernáculos. Por causa do alistamento obrigatório do decreto de César Augusto, José e Maria deveriam estar em sua cidade natal, isto é, Belém de Judá (Lc 2.1-7). Por isso não estavam em Jerusalém durante a festa.


Amados irmãos, creio que não existem coincidências nas coisas de Deus. Jesus ao nascer durante a Festa dos Tabernáculos cumpre de forma magistral seu título EMANUEL, isto é, Deus conosco (Is 7.14; Mt 1.23).


E igualmente impressionante é quando examinamos o que diz João 1.14: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós".


No texto original, em grego, o verbo "habitou" é skenoo, que significa literalmente TABERNACULOU.


Destarte, a melhor tradução para João 1.14 é: "E o Verbo se fez carne e tabernaculou entre nós".


Glórias a Deus nas alturas! Que neste Natal, amado leitor, (e em todos os dias do ano) você possa ter a companhia do Senhor Jesus na tua vida e no teu lar!


A promessa Ele já nos fez: "E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28.20).


Presbítero Sidcley Rodrigues do Amaral







sexta-feira, 28 de setembro de 2012

SIMBOLOGIA DO FERMENTO NA BÍBLIA (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)




 

"Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra” (Ex 12.19)




O Senhor ordenou que durante a semana da Páscoa os israelitas deveriam tirar o fermento de suas casas. Por sete dias não deveria haver fermento na casa dos filhos de Israel (Ex 12.15, 19). Isso significa que todos os alimentos da Páscoa deveriam ser preparados sem o processo de fermentação. Mas por qual razão havia essa prescrição na refeição da Páscoa do Senhor?

A resposta está no fato de que a palavra fermento sempre é usada na Bíblia com um sentido negativo, pernicioso. Na verdade, o Senhor queria ensinar aos israelitas (e também a nós) que a fermentação e as coisas fermentadas simbolizam a contaminação e corrupção do pecado, por meio de coisas que estragam a nossa vida espiritual e nos influencia a práticas opostas à santidade cristã.

Lembremos que nas epístolas paulinas, o grande Apóstolo dos gentios nos adverte que “um pouco de fermento leveda toda a massa” (I Co 5.6; Gl 5.9). Nessas passagens o termo fermento é utilizado sempre com um sentido negativo.

No Evangelho segundo Mateus, Jesus certa vez disse: “Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus” (Mt 16.6). Mais adiante, no Evangelho de Lucas, Jesus explica que o fermento dos fariseus é a hipocrisia (Lc 12.1b).

De fato, a hipocrisia é um fermento que desfigura a vida espiritual, pois através da dissimulação, do fingimento, não há espaço para a sinceridade e para o desenvolvimento do amor ágape. A própria palavra hipócrita, no Novo Testamento (Mt 6.2,5) vem do grego hupokrites, que significa originalmente ator, ou seja, aquele que finge ser alguém que não é. Ao observar os fariseus, Jesus condenava o fingimento religioso, a busca do reconhecimento e louvor dos homens através de uma devoção e dedicação puramente externa e aparente. Eis o fermento dos fariseus e saduceus do qual devemos nos separar.

O plano de Deus para o seu povo compreende a união sincera através do amor não fingido (Rm 12.9). O Senhor espera que cada um de nós nos dediquemos à Sua obra com um coração voluntário e amoroso. Que tenhamos em mente que nosso objetivo é glorificar o nome do Senhor e contribuir para a expansão do evangelho na Terra.

Ainda em relação ao uso bíblico do termo fermento, é importante ressaltar que Jesus também fez menção ao fermento de Herodes: “Guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes” (Mc 8.15). O fermento de Herodes representa todos os vícios que dominavam aquele governante ímpio: astúcia (Jesus o chamou de raposa – Lc 13.32), adultério (tomou a mulher do irmão – Mt 14.3-4), maldade (mandou matar João Batista – Mt 14.10). Herodes não tinha temor a Deus, era supersticioso (Mt 14.2). Enfim, o fermento de Herodes abrange coisas nocivas à vida cristã que se apresentam através de comportamentos ímpios, maus costumes, maus hábitos e domínio das obras da carne (Gl 5.19-21).

Sempre é bom relembrar o que Paulo nos exorta: “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento” (I Co 5.7a).

Hoje nós somos uma nova massa no Senhor e por isso devemos fazer festa “não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade” (I Co 5.8).



domingo, 20 de maio de 2012

"ATÉ QUE EU VENHA" (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)


Mas o que tendes, retende-o até que eu venha (Apocalipse 2.25)

Amados, sempre é importante dizer que a volta de Jesus é um dos assuntos mais mencionados na Bíblia e é a real esperança da Igreja (1 Co 15.19; Cl 1.5; Tt 2.13; 1 Pe 1.3-4; 1 Jo 3.3) . Centenas de versículos bíblicos se ocupam com a mensagem de que Jesus voltará!

A segunda vinda de Jesus é mencionada 1.845 vezes em toda a Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no Novo Testamento. Mas como devemos esperar a vinda do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores?

Durante a vida cristã, os servos féis de Jesus trabalham na sua Seara e passam a ajuntar tesouros no Céu (Mt 6.20), que são os galardões.  O Senhor Jesus nos conclama a retermos o que temos. Devemos guardar a nossa fé (2 Tm 4.7) e conservarmos o que nós já temos ajuntado para a Glória.

Em sua segunda epístola, João, o Apóstolo do amor escreveu: “Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado; antes, recebamos o inteiro galardão” (2 Jo 8).

No versículo em epígrafe, Jesus nos exorta a reter o que já temos recebido até que Ele venha.
“Até que eu venha”. Biblicamente, há várias coisas importantes que devemos fazer até que Ele venha:

o    Devemos celebrar a Santa Ceia e anunciar a morte do Senhor até que Ele venha (1 Co 11.26);
o    Devemos ser pacientes até que Ele venha (Tg 5.7);
o    Devemos “negociar”, ou seja, usar sabiamente o que Deus nos dá, até que Ele venha (Lc 19.13);
o    Devemos nada julgar antes do tempo, até que Ele venha (1 Co 4.5);
o    Devemos reter o que temos, até que Ele venha (Ap 2.25).
o    Devemos guardar o mandamento de Deus sem mácula e repreensão, até que Ele venha (1 Tm 6.14).


Disse Jesus: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

A recomendação do Senhor Jesus é para sermos vigilantes e conservarmos o que já temos alcançado, pois Ele vem sem demora, o que para a Igreja é motivo de regozijo e esperança, pois os servos de Deus anseiam pela volta do Senhor (2 Tm 4.8).

Enfim, amados, enquanto aquele Dia não chega somos todos os dias assediados pelas ofertas do pecado e estamos em constante batalha espiritual contra as forças espirituais da maldade (Ef 6.11-12). O Diabo, o inimigo de nossas almas, procura ferozmente atacar a nossa vida espiritual, com o intento de ver a nossa queda e fazer-nos perder a nossa coroa. No entanto, se formos servos fiéis haveremos de receber de Deus graça e força para retermos a nossa coroa, e guardando a fé e a sã doutrina, poderemos como Paulo também dizer: “Eu sei em quem tenho crido e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Tm 1.12). Glórias sejam dadas para sempre ao nome do Senhor, nosso Deus!


sábado, 31 de março de 2012

O LIVRO DO APOCALIPSE: UMA ANÁLISE A PARTIR DO SEU PRIMEIRO VERSÍCULO (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)







Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo.
(Apocalipse 1.1)







O livro do Apocalipse adequadamente se inicia com a palavra revelação. Esse termo vem da palavra grega apokalupsis, que literalmente significa “tirar o véu”.
Em toda a narrativa sagrada o nosso Deus apresenta-se como um Deus de revelação (Dt 29.29; Rm 1.18-20).
A revelação de Deus é magistralmente descrita nos quatro primeiros versículos da Epístola aos Hebreus, onde se diz que na Antiguidade Deus falou, ou seja, se revelou, muitas vezes e de muitas maneiras através dos profetas, mas que hoje, “nestes últimos dias”, nos fala pelo seu Filho Jesus, o qual é a revelação exata da imagem da pessoa de Deus (Hb 1.1-4).
Pois bem, é o próprio Jesus que destila a revelação dos últimos dias do mundo em que vivemos. Daí a justificativa das primeiras palavras do versículo em foco: “Revelação de Jesus Cristo”.

No livro de Apocalipse, o Senhor Jesus revela o apogeu da escatologia bíblica, a qual, na maioria das vezes, é moderadamente explanada em alguns livros do Antigo Testamento, como Isaías, Ezequiel, Daniel e Zacarias e em algumas passagens do Novo Testamento, tais como o Sermão Profético de Jesus no Monte das Oliveiras (Mt 24-26; Mc 13.1-13; Lc 21.5-36) e várias alusões feitas pelos Apóstolos Paulo e Pedro em suas epístolas (Ex. 1 Ts 4.13-18; 2 Pe 3.1-13).

Numa análise eclesiológica, o livro de Apocalipse trata da esperança da Igreja, isto é, a Segunda Vinda de Jesus. Outrossim, há também o vaticínio de outros grandes eventos escatológicos, tais como a Grande Tribulação, as Bodas do Cordeiro, o Milênio, o Juízo Final etc. Também, além de tratar da vitória de Cristo e da sua Igreja, o livro de Apocalipse versa sobre o destino final da nação de Israel e do mundo gentílico.

Para muitas pessoas, o livro de Apocalipse é uma obra envolta de mistérios, encerrada pelo enigmático. Para outros, Apocalipse é um livro assombroso, repleto de castigos e cólera divina. No entanto, para o crente salvo em Jesus, Apocalipse é o livro da Vitória de Jesus Cristo e de seus redimidos.
Não é um livro enigmático ou misterioso, pois não se trata de uma visão indecifrável, mas sim, de uma revelação.
A revelação é de Jesus Cristo, ou seja, quem desvela a mensagem profética é o próprio Jesus redivivo. Ele, que é o mesmo Cordeiro e Leão de Judá que no capítulo 5 de Apocalipse é digno de abrir o livro selado e de desatar os seus sete selos (Ap 5.1-9).
Devemos atentar que a Bíblia assevera que o livro de Apocalipse é uma revelação aos seus servos. Assim, é uma mensagem dirigida para os servos de Deus que formam sua Igreja. Por isso, o mundo não a entende. Para entender as coisas espirituais é necessário ter o Espírito de Deus em sua vida (1 Co 1.14-16).
Quando o assunto é uma mensagem escatológica a Bíblia ainda diz que “nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão” (Dn 12.10).
Segundo o livro de Apocalipse, a mensagem revelada são as coisas que brevemente devem acontecer. É necessário que entendamos que a passagem de tempo para o Senhor não corre da mesma maneira de como corre para os homens. Mil anos para o Senhor é como se fossem um só dia. Com isso a Bíblia demonstra que Deus é eterno, sendo que o passado, o presente e o futuro estão diante dEle sem que nada escape da sua presciência e governo. O Senhor é o dono da História do mundo e seus planos serão, no devido tempo, cabalmente cumpridos.
Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia (2 Pe 3.8). Não obstante, no Apocalipse temos uma mensagem profética, cujo cumprimento é inexorável. Os propósitos e desígnios de Deus jamais são frustrados ou adiados, pois Ele é o Senhor do tempo e do espaço, todas as coisas estão sob o controle da sua vontade.
Talvez para nós, seres humanos, Deus pareça tardar, no entanto, o Senhor jamais se atrasa nem chega fora de tempo. A Bíblia diz acerca da vinda de Jesus: “Ainda um pouquinho de tempo aquele que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10.37).
O versículo em comento ainda diz que Jesus pelo seu anjo as enviou. A palavra “anjo” vem do grego angelos, e significa “mensageiro”. Na Bíblia, comumente Deus enviar anjos a fim de comunicar grandes revelações (Gn 18.1-15; Jz 13.1-21; Dn 10.1-21; Mt 1.20-21; Lc 1.11-17; 1.26-37; 2.8-15). Segundo as Escrituras, os anjos são espíritos ministradores, enviados por Deus para servir os Seus servos (Hb 1.14).

A revelação divina é entregue a João, seu servo. O Novo Testamento cita quatro pessoas chamadas João:
1) João Batista, filho do sacerdote Zacarias, e que foi o Precursor do Messias (Mt 3.1-12;Lc 1.57-66; 3.1-20);
2) João Marcos, sobrinho de Barnabé, e escritor do segundo Evangelho (At 12.12, 25; 13.5,13; 15.37).
3) João, um parente do sumo sacerdote Anás (At 4.6).
4) João, o Apóstolo, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, escritor do quarto evangelho (Mt 4.21; Jo 21.24). É este o escritor do livro de Apocalipse. Uma vez que seu pai, Zebedeu, era casado com Salomé, sendo esta, provavelmente, irmã da mãe de Jesus (Mt 27.56 com Mc 15.40; Jo 19.25), João seria primo de Jesus. Este João e seu irmão Tiago foram chamados por Jesus de Boanerges, que significa “Filhos do trovão” (Mc 3.17). O evangelista João é comumente chamado pelos comentaristas da Bíblia de “o Apóstolo do amor”.
Apesar da esmagadora maioria de estudiosos da Bíblia dar os créditos da escrita ao quarto evangelista, alguns teólogos acreditam que o escritor do livro de Apocalipse pode não ser o mesmo João, pois apontam diferenças no estilo e na linguagem empregados em relação ao Evangelho que lhe é atribuído. Todavia, ficamos com a posição conservadora que considera que o mesmo João escreveu ambos os livros. Os pais da Igreja Justino Mártir (cerca de 140 d.C.), e Irineu (cerca de 180 d.C.), sucessores dos apóstolos, atribuem a autoria de Apocalipse ao evangelista João, o qual escrevera o livro, provavelmente no ano 96 d.C., durante o reinado do Imperador romano Domiciano.
Enfim, amados, o livro do Apocalipse é uma obra literária divina que deve ser lida e estudada por todos os que amam a Palavra de Deus. É um livro que nos garante uma bem-aventurança em sua leitura, audição e prática.

Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo (Ap 1.3).