segunda-feira, 30 de maio de 2011

O JUÍZO DAS NAÇÕES E O JUÍZO FINAL (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)


É comum muitos leitores da Palavra de Deus, e até pregadores, fazerem confusão entre o Juízo das Nações e o Juízo Final, como se fossem o mesmo evento.

No entanto, são dois eventos distintos que ocorrerão em épocas diferentes.

O Juízo das Nações foi vaticinado por Jesus, no Sermão do Monte das Oliveiras e está registrado no Evangelho de Mateus cap. 25, vs. 32 ao 43. Esse evento ocorrerá após a Grande Tribulação, quando Cristo vier com poder e grande glória, já com a Igreja (que havia sido arrebatada), para derrotar o Anticristo e estabelecer o seu reino milenial. O Juízo das Nações também é chamado de Juízo do Trono da Glória de Cristo.

Por sua vez, o Juízo Final foi revelado ao apóstolo João no livro de Apocalipse cap. 22, vs. 11 ao 15. Ocorrerá após o reinado de mil anos de Cristo sobre a Terra. Nesse juízo há basicamente dois critérios a serem examinados: as obras e o registro no Livro da Vida. Analisando o texto sobre o Juízo Final, vemos que há outros livros (Ap 20.12). Esses livros, ao que tudo indica, contém a descrição das obras de todos os homens, enquanto vivos. A Bíblia diz que os mortos foram julgados pelas coisas escritas nos livros, segundo as suas obras (Ap 20.12). O julgamento será individual, pois será segundo a obra de cada um. Após esse julgamento segundo as obras, será verificado se o nome da pessoa consta no Livro da Vida.O castigo eterno no lago de fogo será aplicado a quem não tiver seu nome inscrito no Livro da Vida (Ap 22.15). O Juízo Final também é chamado de Juízo do Grande Trono Branco.

Em suma, apontamos as seguintes distinções entre os dois eventos:

JUÍZO DAS NAÇÕES

JUÍZO FINAL

Texto: Mt 25.31-46

Texto: Ap 22.11-15

Época: após a Grande Tribulação

Época: após o Reino Milenial

Local: Terra

Local: fugiram a terra e o céu

É o juízo do trono da glória de Cristo

É o juízo do grande trono branco

Julgados: as nações gentílicas

Julgados: os mortos

Não há menção de livros

Serão abertos os livros

Vemos três classes de pessoas: “ovelhas”, “bodes” e “irmãos”.

Há referência a uma só classe de pessoas: os mortos

Não há menção de ressurreição, pois os participantes serão os gentios vivos, que sobreviveram à Grande Tribulação.

Haverá a segunda ressurreição, pois os participantes serão os ímpios de todas as épocas.

Base do julgamento: tratamento para com os “irmãos” de Cristo, isto é, Israel e servos de Deus perseguidos na Grande Tribulação.

Base do julgamento: as coisas escritas nos “livros”, segundo as obras e o registro do nome no Livro da Vida.


Amados, sabemos que mediante a graça de Deus e permanecendo na obediência da fé em Cristo não estaremos sob qualquer condenação.

Repousamos na promessa bíblica que nos assegura: "Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rm 8.1).

quarta-feira, 25 de maio de 2011

QUANDO NOSSAS OBRAS NÃO SÃO PERFEITAS EM DEUS (Escrito por Sidcley Rodrigues do Amaral)

"Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus"

(Apocalipse 3.2)


Na passagem bíblica acima, o Senhor Jesus diz que as obras da igreja em Sardes não são perfeitas diante de Deus. Notem que os cristãos de Sardes não haviam cessado de fazer obras para Deus. O problema era que as obras que faziam é que não estavam perfeitas em Deus.

Alguém pode ser obediente aos mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2 Rs 25.2). Inclusive, Jesus disse que é até possível uma pessoa adorar a Deus em vão (Mt 15.9). Devemos ter o cuidado para que não ocorra que a nossa oferta ao Senhor deixe de ser recebida (Mt 5.23-24).

Mas, quando é que nossas obras e ofertas ao Senhor não são consideradas agradáveis a Ele?

Resposta: as nossas obras não são perfeitas em Deus quando somos infiéis e assim desonramos ao Senhor com uma fé morta e atitudes pecaminosas.

No livro de Gênesis, vemos dois irmãos que trouxeram cada qual, uma oferta ao Senhor. O sacrifico de um deles foi rejeitado, o do outro louvado. Estamos falando de Caim e Abel.

Caim e a sua oferta, que era do fruto da terra, não foram aceitos (Gn 4.3).

Abel e a sua oferta, que era dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura, foram aceitos pelo Senhor (Gn 4.4).

Alguns dizem que Deus rejeitou a oferta de Caim porque estas simbolizam as obras do homem carnal; enquanto que a oferta de Abel representa o sacrifício de sangue.

No entanto, a própria Bíblia declara o real motivo de a oferta de Caim ser rejeitada e a de Abel ter sido aceita. O problema não era a qualidade da oferta, mas sim a qualidade do ofertante.

A Bíblia diz que logo após a rejeição de sua oferta, Caim irou-se e descaiu-lhe o semblante. O Senhor falou com Caim, dizendo-lhe as seguintes palavras: “Por que te iras-te? E por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Gn 4.6-7).

Fica então comprovado que o problema não era a oferta de Caim, e sim, o caráter de Caim. O apóstolo João também assevera isso, dizendo que as obras de Caim eram más, e as de seu irmão, justas (1 Jo 3.12).

Assim, vemos que a oferta que agrada a Deus é aquela proveniente de um coração justo e de uma vida agradável ao Senhor.

O escritor da carta aos Hebreus diz que, pela fé, Abel ofereceu a Deus maior (melhor) sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela (pela fé), depois de morto, ainda fala (Hb 11.4).

Destarte, a Bíblia diz que Abel ofereceu um melhor sacrifício por causa da sua fé. E aqui, com certeza, não temos uma fé sem obras, que é morta (Tg 2.26), mas sim, uma fé demonstrada numa vida de obras que honram a Deus. Abel era justo não apenas por causa das suas obras, mas também por causa do seu caráter e bom testemunho, decorrentes da sua fé em Deus.

Outro exemplo de obras que não são perfeitas em Deus vemos no caso dos sacerdotes judeus, que foram repreendidos pela mensagem do profeta Malaquias.

Esses sacerdotes chamavam a Deus de Pai e de Senhor, mas não O honravam, e ainda, desprezavam o Seu nome. Quando eles perguntavam em que desprezavam o nome do Senhor, receberam a resposta de que eles faziam isso por causa das suas atitudes, ou seja, seu descaso quando ofereciam para Deus (Ml 1.6-12).

A Bíblia diz que esses sacerdotes ofereciam pão imundo sobre o altar divino. Também apresentavam ao Senhor animais cegos, defeituosos e enfermos (Ml 1.7-8). Eles não davam a honra devida ao Senhor, pois diziam que a mesa do Senhor era impura e ficavam com a melhor parte da oferta que era trazida pelo povo. Ofertavam apenas o pior para Deus, isto é, o que não queriam. Assim, exerciam a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10). Para esses sacerdotes, importava apenas a exterioridade e a formalidade do culto a Deus.

Na época do Seu ministério, Jesus condenou o culto formal e hipócrita dos fariseus e escribas. Acerca deles, disse: “Este povo honra-me com seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mt 15.8-9).

Será possível que estejamos cultuando a Deus em vão?

Sim, se a nossa adoração for apenas exterior e formal.

A Bíblia diz que tem dois tipos de homem que Deus procura:

1) Deus procura os fiéis da terra (Sl 101.6);

2) Deus procura os verdadeiros adoradores (Jo 4.23).

É evidente que se trata do mesmo tipo de pessoa, pois o servo fiel a Deus é um verdadeiro adorador.

Amados, não esqueçamos que Deus vê o coração e não o exterior. Portanto, sejamos fiéis e sinceros, e assim, as nossas obras serão consideradas perfeitas em Deus.